Crítica: "Rua do Medo: Rainha do Baile" (2025) | Sophia Mendonça
Da Netflix, Rua do Medo: Rainha do Baile é uma oportunidade perdida de entregar um terror juvenil memorável.
É com certa tristeza que escrevo sobre “Rua do Medo: Rainha do Baile”, a mais recente adaptação da série de livros de R.L. Stine para a Netflix. Como uma grande fã do terror juvenil, com seus arquétipos clássicos e convenções que tanto amamos, minhas expectativas estavam lá em cima. Afinal, beber de fontes maravilhosas como “Pânico” e “Pretty Little Liars” é um bom sinal, certo? Bem, neste caso, nem tanto.
O grande problema aqui é que o filme jamais é comparável a essas referências. Faltam personalidades marcantes aos personagens, aqueles que a gente torce ou detesta de verdade. E o terror, para piorar, é simplesmente protocolar, sem um pingo de originalidade ou sustos que realmente grudem na memória.
A trama nos leva de volta à Shadyside High School, onde o baile de formatura se aproxima e a disputa pela coroa de rainha está a todo vapor. Mas quando uma forasteira corajosa decide se candidatar, e suas concorrentes começam a desaparecer misteriosamente, a turma de 1988 se vê em meio a uma noite infernal.
Sim, o filme se utiliza de uma trilha sonora boa dos anos 80 e de uma ambientação oitentista que é eficiente, mas não inova. E é aí que mora o perigo: a execução é muito sem graça. O filme não assusta, é engessado, previsível e totalmente carente de criatividade. Ele segue sua cartilha à risca de maneira pragmática, o que, infelizmente, não gera nenhuma tensão ou engajamento com os personagens.
O resultado é insosso, parece seguir um algoritmo sem nenhuma emoção. E assim, desperdiça elementos interessantes, que vão do icônico baile de formatura à presença do assassino mascarado. Tudo é encenado de maneira mecânica e sem nenhuma graça ou inovação. Portanto, soa mal explorado. As interpretações, além disso, são fracas e sem carisma, o que só contribui para a sensação de que estamos assistindo a algo que poderia ter sido muito mais.
No fim das contas, Rua do Medo: Rainha do Baile é uma oportunidade perdida de entregar um terror juvenil memorável. Uma pena.