Crítica: Which Brings Me to You | Sophia Mendonça
Which Brings Me to You, apesar de alguns problemas, se concretiza como um Antes do Amanhecer contemporâneo graças a Nat Wolff e Lucy Hale.
Which Brings Me to You é um romance muito fofo e esperto. Com inspiração em Antes do Amanhecer, o filme envolve graças às interpretações perfeitas de Nat Wolff e Lucy Hale. Ambos esbanjam química e humanidades como o casal de protagonistas. Além disso, a construção da narrativa tem aspectos muito interessantes. O principal exemplo disso é o próprio formato da história. Isso porque a trama se desenrola como uma conversa entre o casal de protagonistas e vai pouco a pouco revelando flashbacks que nos ajudam a compreender o passado e a bagagem que cada um deles traz.
Em Which Brings Me To You, uma festa de casamento acontece e Jane (Lucy Hale), uma jornalista freelancer, e Will (Nat Wolff), um fotógrafo, se sentem instantaneamente atraídos um pelo outro. Então, os dois se encontram de forma ardente no vestiário; Porém, decidem dar um passo atrás e explorar o que realmente os trouxe até ali. E em vez de seguir com um simples rolo de uma noite, eles concordam em trocar confissões sinceras sobre seus passados românticos. Assim, revelam experiências e cicatrizes que moldaram suas vidas. Com isso, eles compartilham histórias de amor, desilusões e sonhos não realizados. Dessa forma, a conexão entre eles se aprofunda. Isso modifica suas ideias sobre relacionamentos e o que realmente significa amar. Então, Jane e Will começam a perceber que algo muito mais profundo pode acontecer entre eles.
Este é um dos filmes que mais se aproxima de mostrar duas pessoas se apaixonando de verdade. Ao mesmo tempo, a obra toca em questões universais complexas de relacionamentos. Tudo isso funciona muito bem graças à grandiosidade do casal de protagonistas. Isso porque tanto Lucy Hale quanto Nat Wolff compõem seus personagens não como arquétipos do gênero, mas como pessoas reais que apresentam suas motivações, charmes e falhas particulares. Nat Wolff, mesmo não tendo pinta de galã, consegue tornar-se um mocinho crível e extremamente atraente. E Lucy Hale, sempre uma atriz interessante, mostra mais uma vez seu tino para comédias românticas. Essa habilidade, que a fez ganhar a alcunha de “Meg Ryan de sua geração” por trabalhos como esse, é muito mais rara nas estrelas de hoje do que nos anos 1990 ou 2000. Suas mocinhas, aliás, são sempre complexas e adoráveis. Além de apresentarem humanidades que provocam a identificação com o público ou com alguém que os espectadores conheçam. O aspecto cômico, no entanto, é negligenciado durante a produção. Afinal, parece haver uma certa indecisão no tom da narrativa. Afinal, a condução do enredo apresenta um quê de comédia romântica e toques de drama romântico. Essa alternância de tom nem sempre acontece de maneira fluída. Com isso, o longa-metragem às vezes se torna monótono e formulaico. Assim, a narrativa repleta de flashbacks se desgasta no desenrolar da história. Apesar disso, o filme é bonito e consegue emocionar. É fácil se envolver com as histórias dos personagens e torcer por eles. Tudo isso culmina em um belo final.